Depois subverteram tudo e vergaram-se às pressões dos barões do Partido e desataram a retalhar o mapa original para satisfazer clientelas e amizades.
Mas o mais grave estava para chegar… e descobriu-se que a falta de respeito democrático levou a que nem as escolhas políticas locais das populações – expressas em eleições autárquicas que, declaradas válidas, exigiam leitura adequada e respeito pelas escolhas. Em vez disso, cozinharam-se Entidades Regionais, Pólos de Desenvolvimento, direcções e presidências... a bel-prazer das necessidades partidárias (mais fortes agora, que a crise aperta, o desgaste político é evidente e as eleições estão à porta).
E aquilo que não foi alcançado nas urnas é conseguido na Secretaria: o PSD, força maioritária autárquica (por isso detém a Presidência da Associação Nacional de Municípios) quase desaparece. O Partido Comunista é varrido do Alentejo. Tudo da mãozinha da “rosa”, num Portugal cinzentão… quase de partido único. Nem Cavaco no seu melhor… trabalharia assim!
E como se isto não bastasse, chega agora a ameaça (quase apetecia empregar o termo chantagem) dirigida aos municípios que, por não estarem de acordo com o processo ou por não haverem (sequer) - sido consultados, não reconhecem as ditas entidades Regionais (ou os Pólos de Desenvolvimento) e decidem manter-se fora de todo o processo. A uns e a outros está a ser respondido que se persistirem nessa posição não poderão candidatar-se a verbas do QREN(1) destinadas ao turismo. Uma ameaça declarada utilizando... dinheiros públicos nacionais e comunitários (que são de todos nós) como arma de pressão.
Em que país estamos? Na África das guerras tribais e dos “senhores da guerra”? Nalguma oligarquia da América Latina? (1) O Quadro de Referência Estratégico Nacional constitui o enquadramento para a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período 2007-2013. |
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